domingo, setembro 11, 2005

Hasta luego, porteños

O dia de ir embora de algum lugar não costuma ser dos mais felizes, mas no nosso caso foi um pouquinho diferente.
Já estávamos meio cansados de tanto andar e com uma bruta saudade do nosso castelo.
Pensávamos que a lua de mel era legal também por que tinha data para acabar e foi mais ou menos com esse espírito que acordamos doentes pela comilança do dia anterior e começamos a fazer as nossas malas.

A van veio nos buscar um pouco depois do horário combinado, mas já havíamos sido avisados disso, o que apazigou nossos espíritos ávidos por respirar novamente o ar poluído da Paulicéia.

Infelizmente, o trajeto de volta foi bem mais demorado do que o da ida.
Novamente éramos o primeiro casal da fila, mas quando se trata de ir até o aeroporto, isso não constitui exatamente uma vantagem.
Com paciência e bom humor aguentamos bem o trajeto e chegamos tranquilos ao aeroporto, bem a tempo de pegar uma fila de umas 100 pessoas igualmente ansiosas para voltar ao Patropi.
Como não havia outra coisa a fazer, ficamos na fila, pagamos as taxas de embarque em cash (eles não aceitam cartões de crédito), comemos um sanduba, solicitamos o reembolso das taxas para turistas e ficamos como bobos tentando achar o portão certo, já que eles não se preocuparam muito em divulgar a informação do reposicionamento da aeronave, que por sinal estava com cerca de duas horas de atraso.

Aqui vale um registro importante: durante as compras, seguimos a indicação do nosso guia e visamos as lojas que possuíssem o sistema Tax Free. Na prática isso significa que você compra alguma coisa, preenche um formulário, entrega esse formulário no aeroporto e tem o direito de receber de volta uma porcentagem da sua compra por não ser residente no país.
Eu acho até interessante essa idéia, mas não recomendo fazer o que nós fizemos: achando que estávamos na Europa (onde isso funciona de verdade), pedimos o reembolso no cartão de crédito e perdemos a oportunidade de já receber o benefício em cash.
Como a besteira já estava feita, só no restava esperar e torcer para que o fato de ser uma filial terceiro-mundista não prejudique a qualidade do trabalho da Mastercard.

Depois de mudar duas vezes de portão de embarque, saímos de Buenos Aires com um monte de sentimentos e vontades: saudade de casa, lembranças dos jantares maravilhosos e vontade de voltar.
Só Ele sabe quando isso vai acontecer, mas acho que a gente pode dar uma força.

Na chegada ao Brasil, a tia da minha mineira estava nos esperando com um certo bico devido ao atraso.
Como não estávamos mesmo com pressa, gastamos uns 15 minutos até que ela se lembrasse onde havia estacionado o carro lá em Guarulhos. Ainda bem que não estávamos em Chicago ou Nova Iorque.

Para terminar, resolvi fazer uma lista de impressões que ficaram da minha lua de mel e da nossa segunda experiência internacional.
Espero que elas sirvam para alguém meio indeciso sobre a capital dos portenhos:
- o hotel Claridge envelheceu bastante, mas ainda é bom e merece consideração;
- aqui também vigora a tradição de não cobrar ligações telefônicas feitas na manhã do check out;
- as argentinas são muito bonitas e estão sempre bem arrumadas, mas a esmagadora maioria delas costuma deixar a bunda em casa quando saem para trabalhar ou passear;
- o estilo "capacete" impera nas cabeças dos portenhos; barbeiro aqui deve morrer de fome;
- e finalmente: Buenos Aires é o máximo, apesar da assustadora quantidade de argentinos perambulando de um lado para o outro;

Ainda não dá para saber quando saíremos de casa de novo e quando voltarei a registrar algo por aqui, mas segue a vontade de documentar tudo, mesmo que só para refrescar as minhas meio combalidas memórias.

Aloha!

sábado, setembro 10, 2005

Templos

Não sei bem a razão, mas havíamos decidido que aquele seria um dia dedicado aos templos e aos símbolos da capital dos portenhos.
Depois de mais um café nocateante, partimos de táxi até o bairro de Nuñez e até o Estádio Monumental.

A casa do River Plate era mesmo impressionante. Apesar de bem diferente do Morumbi, deu para sentir a energia residual dos grandes clássicos locais e do título que a Argentina roubou, ops, ganhou aqui no Mundial de 78.
Este lugar, com gente saindo pelo ladrão, deve ser um enorme incentivo para quem se mata por um gol ou, apesar de raro, sente que representa um povo inteiro quando veste a camisa do time nacional.
Infelizmente não conseguimos visitar o estádio já que as visitas eram de terça a sexta (era um sábado), mas compramos um copo bonito na Rivermania, a loja temática do time, e decidimos voltar para o Centro.

Acabamos parando na Recoleta por recomendação do taxista.
Aliás, essa não foi a única dica daquele senhor rechonchudo e simpático que achava que os turistas (e seus dólares) eram um mal necessário para a combalida economia argentina.
Ele nos recomendou compras no distrito de Once (ali pertinho do Abesto), uma visitinha a Luján (a Aparecida do Norte deles) e um passeio pelo zoológico de Temaikén, no distrito de Escobar.
Como não tínhamos tempo para isso, resolvemos visitar a Basílica de Nossa Senhora do Pilar e exercitar mais uma vez a prática de rezar e pedir quando se conhece uma igreja nova.

Como o cemitério ela ali do lado, partimos em busca do túmulo da Evita em companhia de uma dezena de turistas das mais variadas partes do mundo.
Como somos prevenidos, estudamos um pouco a planta do lugar antes de sair atrás do tal túmulo, o que se revelou uma ótima idéia já que o cemitério era cheio de corredores irregulares e assimétricos.
Infelizmente, o tal túmulo não tinha nada de mais e ficava em um corredor bem estreito o que dificultava bastante as fotos.
Feito o registro, saímos de lá sem muita pressa e acabamos servindo de guias turísticos para mais de um brazuca que, seguindo a tradição de "dar um jeitinho" em tudo, estava mais perdido do que cego em tiroteio naquele lugar.

O vento estava pegando forte, por isso resolvemos voltar para o hotel para reforçar os casacos. Pegamos um táxi fedido, velho e dirigido por um tiozinho de aparência igualmente fedida e velha.
Apostamos mentalmente de onde vinha aquele cheiro ruim, mas felizmente chegamos ao hotel antes de conseguirmos provas conclusivas de um lado ou de outro.

O nosso próximo destino foi o Cassino flutuante, onde não se pode entrar com câmeras digitais ou celulares com câmera. Deve ter algo a ver com a segurança anti roubo, mas com tanta fumaça de cigarro, achei que era um despedício: câmera nenhuma conseguiria ver alguma coisa mesmo.
Ficamos ali, meio de bobeira, olhando o povo perder centenas de pesos em um minuto na roleta, a velocidade dos crupiês no 21 (se você piscar, perde o jogo) e o movimento frenético das velhinhas no caça níqueis.
Eu já estava a fim de ir embora - não gosto de cassinos, ou melhor, não gosto de ter limites para jogar -, mas a minha mineira queria arriscar uma fezinha.
Escolhemos um caça níqueis que parecia mais "honesto", colocamos uma nota de cinco pesos (sou pão duro mesmo) e começamos a brincar com as significativas apostas de 25 centavos.
A brincadeira durou uns cinco minutos e logo estávamos fora do fumacê e a caminho de Puerto Madero para almoçar.

Já eram mais de quatro da tarde quando chegamos a Madero e acabamos mudando de destino por sugestão do taxista. Queríamos ir a um lugar brasileiro, mas acabamos no Siga la vaca, uma mega-churrascaria que não tinha nada de típica, mas oferecia um buffet gigantesco por um preço razoável. E com bebida incluída.
Acabamos comendo e bebendo mais do que deveríamos, o que nos prejudicou bastante no posterior sono.
Apesar da minha mineira ter gostado, saí achando tudo muito pouco autêntico e preferido muito mais o La Estancia, onde se come menos e melhor.
Esse negócio de volume e velocidade é coisa de churrascaria brazuca, não portenha.
São os males da globalização.

Com tanta comida no bucho, não era de espantar que não conseguíssemos dormir e que acordássemos de madrugado meio acesos e com vontade de arrumar as malas para ir embora.
Aproveitamos para assistir ao Brazilian Day e ao Altas Horas na Globo e finalmente conseguimos dormir.

Era nossa última noite em Buenos Aires e já estávamos com saudade da nossa casinha, tão pouco usada até aquele momento.

sexta-feira, setembro 09, 2005

De loja em loja

Começamos mais um dia na Argentina com outras pérolas da impagável Globo Internacional. Desta vez rimos com a Ana Maria Braga e suas "homenagens" a cidades do interior onde nem segunda marcha a gente consegue dar. O que não faz a necessidade de audiência.

Conforme tínhamos planejado no dia anterior, as solas dos nossos sapatos seriam todas dedicadas à suprema arte feminina de olhar vitrines e comprar. Como bom recém casado que sou, cabia a mim acompanhar a minha mineira, ajudá-la a escolher, não bufar e, mais importante que tudo, pagar a conta no final.
Assim fizemos por muitas lojas na Florida até que fomos parar na belíssima Galeria Pacífico.
Felizmente para o meu bolso, o lugar era muito mais para ver do que para comprar e conseguimos sair de lá sem nenhuma lesão às nossas finanças.

Quase caí em tentação na loja da Adidas, mas resisti bravamente e seguimos nosso passeio pelo Centro em busca de lojas de vinhos.
Acabamos visitando quatro delas, dos dois lados da Nueve de Julio e nos decidimos por uma que ficava na rua Córdoba.
Para nossa suprema sorte e alívio, eles entregavam as compras no hotel, o que nos deu toda a liberdade para continuar caminhando e olhando vitrines.
As pernas já estavam doendo mais do que o recomendável e o estômado nas costas era sinal mais do que evidente de que deveríamos abortar nossa missão de gastança e focar energias na reposição dos nutrientes.

Consultando o nosso bem amado guia, decidimos ir até um vizinho do Estancia, o simpático e barato Palacio de la papa frita.
O lugar estava lotado de brazucaso que tirou o ar de novidade da nossa escolha, mas confirmou a atratividade do menu e dos preços.
Acabamos sendo atendidos por um simpático garçon que nos falou das suas mais de 20 viagens de veraneio ao Brasil e listou apenas uma pequena parte dos lugares que ele conhecia no Patropi.
Quando ele começou a esnobar e a citar lugares que eu nem sonhava em chegar perto, achamos melhor ocupá-lo com os nossos pedidos e terminar a humilhação.

Antes de ir embora satisfeitos, uma última graça do nosso amigo viajante: ele nos fez trançar os talheres para tirar uma foto "típica".
Meio "micado", mas simpático.

Como era dia do show de tango, corremos na chuva para chegar logo ao hotel e largar os corpos na cama.
Antes, porém, uma paradinha na Musimundo para comprar alguns exemplares de música local e manter a tradição de não perder a oportunidade de executar a exploração cultural nos lugares onde passeamos.
Acabei comprando um Fabulosos Cadillacs ao vivo, um Callejeros e um Bersuit. Nada para as multidões brasileiras, mas muito apropriados para a minha peculiar coleção.

O pacote que compramos no Brasil não cobria as passagens aéreas mas nos garantiu um belo conforto no translado e fechou uma das nossas noites em um "típico" show de tango. As aspas são necessárias por que portenho nenhum admite que era daquele jeito que seus conterrâneos apreciavam a dança nacional nas décadas anteriores, mas era exatamente assim que ela era embalada e vendida no turístico mundo globalizado.
É certo que seria meio arriscado levar 500 pessoas para um muquifo qualquer na Boca, onde as meninas cobrariam 10 pesos para dançar e outros 10 para levar os turistas a conhecer outro belo produto daquelas bandas. Algo bem mais carnal, se é que me entendem.
Bom, como não havia remédio, remediado estava.

O Esquina Carlos Gardel ficava no tradicional bairro do Abesto, onde o próprio Gardel perambulava e colecionava inspirações para os seus tangos.
Fiquei imaginando sobre qual amigo teria servido de inspiração para o meu amado "Por una cabeza", mas na falta de impulso explorador e no excesso de fome, acabei me concentrando na comida e na bebida que eram servidas em profusão.

Pontos altos da noite: o show espetacular, o serviço atencioso e preocupado e a estrutura do lugar, que apesar de cheio e meio apertado, não deixou ninguém se sentir desconfortável.
Pontos baixos: a pouca autenticidade do espetáculo e os comentários de brazucas que achavam o tango parecido com a valsa.

A noite de tango terminou novamente como várias das anteriores: amor no quarto do hotel e dores variadas das pernas até as orelhas.

O dia seguinte, o penúltimo na capital dos argentinos, seria dedicado à correria para ver os pontos turísticos que ainda faltavam na nossa programação de férias.
Ai de nossos membros inferiores!

quinta-feira, setembro 08, 2005

Os bichos e a Boca

Os planos para o dia incluíam uma coisa mais natureba e menos urbana: a idéia era ir até Palermo e andar até cansar no belo parque que fica naquele bairro.
A coisa toda é engraçada já que fica difícil comparar o lugar ao nosso Ibirapuera.
Não existem grades ou cercas (ao menos na maioria dos lugares) e nem limites muito bem definidos. Grandes avenidas cortam o que seria o terreno do parque e uma caminhada pelos limites pode acabar virando um festival de tosse e foligem.

Mas o parque e suas curiosidades vieram em um segundo momento.
Primeiro veio o Zoológico da cidade. Desde moleque eu gosto de ver o bichos do mundo e não dava para deixar de visitar o antigo e meio descuidado zoo local.

Tomamos o metrô da linha D na Nueve de Julio e descemos na estação Plaza Italia. Chegamos pouco depois da abertura do lugar e encontramos muito pouca gente circulando pelas ruas largas e apreciando as "casas" de grades baixas e muito espaço. Como bom zoológico, este procurava simular os habitats naturais da maioria dos animais e como quase todos eles, este também falhava.
Pelo menos ficava a curiosidade de uma mini-fazenda, bem ao estilo Beto Carreiro, bem no meio dos animais de savana. Curioso.

Passeamos pelo prédio que simulava a Floresta Tropical, quase levamos uma cusparada das lhamas e ficamos com inveja (ou seria dó) do urso polar que dava contínuos mergulhos na sua piscininha com paredes de vidro.
Teria sido legal se ele desse uma nadada perto das paredes, mas acho que o calor que estava fazendo inspirava mais uma soneca do que um exercício. Não posso condená-lo.

Quase na hora de ir embora, uma curiosidade: chegamos na hora do show de focas do zoo e meio contra a vontade da minha mineira, entramos para assistir.
Era a minha primeira vez e por isso estava empolgado, mas ela já havia visto esse tipo de show uma vez e o tédio era evidente.
Ainda bem que estávamos em lua de mel e a ordem era fazer o outro feliz. Ai de mim se estivéssemos em uma situação rotineira.
Tenho que ser sincero e admitir que o show não oferecia muito charme para quem tivesse passado dos 10, mas confirmei minha imaturidade congênita ao aplaudir com entusiasmo cada malabarismo que os bichinhos faziam.
Posso dizer que até consegui um benefício cultural com o show: aprendi que aqueles animais eram lobos marinhos (ou leões marinhos) e não focas.
Não que isso mudasse a mundo, mas é bom saber as coisas direito.

Já estávamos meio cansados de andar quando saímos do zoológico e fomos em direção ao Jardim Japonês, um parque particular, colado no Palermo e no Zoo e com decoração e paisagismo, obviamente, japoneses.
Não sabia que a colônia oriental era forta na Argentina, mas acabei acrescentando mais uma informação ao meu repertório de conversas de boteco.
Vimos um monte de menções à Família Imperial, à cultura e aos costumes japoneses e acabamos nos sentindo de volta a Sampa.
Já morrendo de fome, demos uma olhada no restaurante do lugar (incrivelmente ele também era japonês) mas desistimos por conta dos preços. Resolvemos caminhar um pouco mais até o Paseo Alcorta, um shopping das redondezas, e gastamos mais do que devíamos em um filé mignon não mais do que razoável.

Como não encontramos nenhuma loja ou atração mais interessante no Alcorta, reunimos as nossas penúltimas forças e fomos até o local onde está a Floralis Generica, uma enorme flor metálica que se move de acordo com a luminosidade do dia: quando está claro, as pétalas se abrem e quando escurece...óbvio novamente.
Deitamos na grama, trocamos alguns carinhos, tiramos algumas fotos no tradicional estilo braço esticado e tomamos coragem para seguir caminhando de volta para o hotel.
Estávamos perto da Recoleta, o que significava que podíamos voltar a pé para o hotel, mas já não havia mais energia para tal esforço.
Resultado: andamos um pouco e logo tomamos um abençoado táxi até a cama quente e o chuveiro renovador.

Várias horas mais tarde, folheamos o guia e resolvemos tentar a sorte no badalado Gran Bar Danzón. Doce ilusão: a muvuca reinava e conseguir uma mesa seria mais complicada do que convencer o povo de que o Pelé foi melhor que o Maradona.
Toca procurar outro táxi e pedir para o motorista nos levar para um restaurante tradicional italiano no coração da Boca.
Eu deveria ter fotografado a cara que o motorista fez quando pedimos para ele nos levar ao tradicional (e barra pesada) bairro portuário. Morrendo de medo, ele nos pediu que procurássemos outro táxi, com um motorista que conhecesse melhor aquela região.
Como ele conseguiu nos assustar também, acabamos no classudo (e caro) Le Biblos onde experimentamos uma deliciosa Bandiola com risoto. A tal Bandiola era uma espécie de filé mignon do porco e, apesar de gordurosa, era deliciosa e muito bem preparada. Vale a referência.

O final da noite foi como as outras: mortos de cansaço, saciados e loucos pela cama do hotel.
O dia seguinte seria o martírio dos cartões de crédito.

quarta-feira, setembro 07, 2005

O grande Colón

Só para variar um pouco, nosso terceiro dia em Buenos Aires começou preguiçoso e com um monstruoso café da manhã para comprovar mais uma vez que nós éramos filhos de Deus e que não estávamos nem aí com nada nem com ninguém.
Era nossa lua de mel e a única regra era dormir e curtir.
Não me lembro bem a que horas decidimos conhecer o Teatro Colón e o Congresso Nacional. O fato é que saímos caminhando pela rua Tucumán até que chegamos à Avenida Nueve de Julio. Como sempre, o obelisco estava lá para nos saudar e logo ali, o teatro também se mostrava, bem pertinho da rua.
Demos uma olhada na fachada e na entrada frontal e depois seguimos pela lateral, na direção para onde apontavam as placas indicando as visitas guiadas.

Decidimos que valia a pena entrar no teatro com a tal visita guiada, mas como ainda queríamos conhecer um pouco mais do centro, compramos bilhetes para a visita que aconteceria dali a quase duas horas.
Seguimos caminho pela lateral do teatro até a praça na parte de trás.
Lá encontramos o prédio dos Tribunais e um monte de prédios menores com placas de advogados e coisas jurídicas.

O objetivo daquela caminhada era o Congresso Nacional e por isso seguimos caminhando, admirando os prédios antigos e nos misturando à massa portenha que ia e vinha comendo alfajores e vestindo camisas do Boca e do River.
A sola que gastamos pelo Congresso valeu a pena. O lugar tinha um capitólio que lembrava a sede de um certo governo mais ao norte, mas isso não serviu para estragar a boa imagem que ficou na memória.
Acabamos assistindo a uma pequena manifestação em frente ao prédio, mas nada ali saiu do normal e da calma que havíamos encontrado até então. Algumas faixas, um povo reclamando e nada mais. Coisa normal para o mundo de hoje.

A volta para o Colón foi por um caminho um pouco diferente do original. Decidimos sair das vias principais e acabamos nos deparando com a igreja de Nossa Senhora da Piedade, mas não conseguimos entrar por que havíamos gasto tempo demais caminhando e admirando o Congresso e nossa visita a teatro aconteceria dali a pouco.
Caminhamos apressados e conseguimos chegar apenas alguns minutos antes do início da visita.

A correria foi muito bem recompensada. O lugar era muito bonito e parecia que cada pedacinho de mármore e cada acabamento de madeira podiam nos contar uma história diferente sobre a música e a vida daquela cidade.
Como não poderia deixar de ser, a guia caprichou no nacionalismo e não perdeu a oportunidade de dizer que o teatro tinha uma das melhores acústicas do mundo e que só poderia ser superado por "templos sagrados" como o Scala de Milão e a Ópera de Paris. Dava até para acreditar nela, mas não dá para perder a piada.

Uma das partes mais legais da visita foi a descida aos talleres, oficinas onde são produzidos todos os materiais utilizados nos espetáculos, da roupa até a cenografia. Parecia uma fábrica de arte, com um monte de gente martelando, pintando e serrando.
Também vimos alguns ensaios de orquestra e dos corpos de baile.
Terminamos a visita tirando fotos no salão principal e pensando se o Municipal de São Paulo se parecia de alguma maneira com aquele lugar.
Pensei isso por que, assim como muitos dos meus vizinhos paulistanos, nunca tive a iniciativa de visitar o teatro por dentro. Quem sabe aquela visita servia de incentivo?

A fome já estava apertando e por isso não foi muito complicado seguir pela Nueve de Julio até o seu início (ou seria o seu final), para chegar até um restaurante que havíamos visto no guia. Não poderíamos ter sido mais recompensados.
O Centro Vasco-Francés era um clube antigo e com decoração bem austera, mas o seu restaurante era maravilhoso e nos serviu o melhor lomo (filé mignon) que havíamos comido até aquele momento de nossas vidas. Um molho divino, uma carne macia e saborosa e um vinho muito bom nos fizeram querer ficar ali para o jantar, para o café e para o almoço do dia seguinte.
Infelizmente tínhamos que voltar e havia uma longa caminhada até o conforto do hotel.

Desta vez não perdemos a oportunidade de visitar a igreja de Nossa Senhora da Piedade e novamente fomos recompensados.
O lugar era muito bonito, bem cuidado e praticamente vazio. Aproveitamos para relaxar, orar e agradecer por tudo que estávamos vivendo até aquele momento.
Não tínhamos hora para voltar para casa, por isso ficamos um bom tempo sentados nos bancos e admirando o teto da igreja. Eu tirei algumas fotos, minha mineira fez a tradicional oração e os pedidos de quando se entra em uma igreja pela primeira vez e retomamos o caminho da roça de volta ao Claridge.

Os sapatos foram as primeiras coisas que voaram logo que chegamos ao hotel.
Nos deitamos em cima das cobertas, ligamos a TV e começamos a adormecer e a curtir nosso merecido relaxamento.
Felizmente a Globo Internacional não exibia nada de interessante naquele momento, apenas propagandas voltadas para os brazucas da Miami e chamadas das "novas grandes sensações" da música mundial, coisas como Ariana, Roney e Rangel e Paulo Cesar e Daniel.
Como nunca ouvi falar desse povo, imagino que eles só sejam conhecidos nos States e por um seleto público que inclui a mãe e os vizinhos.

Depois do banho e do soninho rejuvenescedor, inventamos de conhecer o Shamrock, um pub irlandês onde a juventude portenha ia para encher a lata e bater papo.
Infelizmente o lugar era cheio e acelerado demais para nós, pobres turistas brazucas, por isso matamos as nossas Buds e corremos para um lugar mais calmo, o belo e estiloso Bar Uriarte, com uma bela cozinha logo na entrada e uma comida correta mas nada espetacular.
Já calmos e saciados, pegamos um táxi de volta para o hotel e fechamos os cansados olhinhos.
O dia seguinte seria a vez das áreas verdes e tínhamos que estar em forma para não abrir o bico e estragar o passeio.

terça-feira, setembro 06, 2005

Turisteando

O dia começou bem cedo e sem desculpas para rolar um pouco mais na gostosa cama do hotel: era dia de city tour!
Nos arrastamos para fora dos lençóis, vestimos o primeiro pano que encontramos pela frente e em minutos estávamos encarando um monte de frutas, doces e queijos no salão de café do hotel, cuja característica mais peculiar eram as cabeças empalhadas de alce e de outros mamíferos chifrudos. Me senti um inglês, mas como não tenho a mínima inclinação para a caça, aquilo tudo foi ficando cada vez mais bizarro com o passar do tempo.

O ônibus passou para nos pegar com alguns minutos de atraso que se transformaram em vários minutos de espera à medida que íamos percorrendo a via crucis dos hotéis do Centro onde estavam hospedados os quase vinte turistas que nos acompanhariam naquele passeio. Chegamos até a trocar de ônibus, mas logo estávamos a caminho de Palermo e oficialmente dentro da visita aos principais pontos turísticos da cidade.
No caminho para Palermo, um dos bairros mais famosos da cidade, paramos em frente à Torre Inglesa, um antigo presente dos britânicos aos argentinos.
Obviamente isso foi antes do bafafá das Malvinas/Falklands nos anos 80, mas vá lá.

A nossa imagem de Palermo não foi das mais detalhadas já que não saímos do ônibus. Essa "prisão sobre rodas" percorreu a Recoleta e só foi nos liberar na mesma Plaza de Mayo que havíamos visitado no dia anterior.

Ali, entre novas fotinhos da Casa Rosada e da praça corremos contra a pressa do guia e acabamos relaxando mais do que passeando: ficamos sentados em um banco da praça vendo o movimento e de olho na concentração dos nossos colegas em direção ao "busão" verde que nos levaria à antiga zona de malandragem da cidade.

A Boca e a sua rua símbolo, o Caminito, são bastante interessantes e coloridos, mesmo que sejam apenas uma reprodução fake do original. Saber que os portenhos pobres moravam em "casas de lata" e quase não interessante quanto "vê-las" tão coloridas quanto elas talvez nunca tenham sido. Vale pelo conjunto de imagens, mas eu não compraria aquilo como a "verdadeira" Buenos Aires.


Antes de retornar para o Centro e encerrar nosso passeio, fizemos a obrigatória e, mais ou menos, decepcionante visita-relâmpago ao estádio do Boca Juniors, o mitológico La Bombonera.
A visita era obrigatória por que é naquele "alçapão" que o time do povo encurrala seus adversários e constrói a maior parte das suas vitórias em todos os campeonatos que participa.
Decepcionante por que não tivemos tempo para fazer a visita guiada ao museu do clube e nem para entrar no estádio e sentir a energia do gramado.
Ficou para a próxima vez que o Tricolor tiver que encarar a fúria dos boquenses.

O ônibus saiu da Boca e tomou o caminho de Puerto Madero, o renovado e planejado bairro novo de Buenos Aires. Dizem que o lugar tem a mão do Phillipe Starck, mas não fiquei com uma impressão das melhores. De tanto andar ao lado daqueles prédios parecidos e aqueles jardins impecáveis, acabei ficando com saudade de Palermo e da Recoleta que vi da janela do ônibus. Coisa de anti-americanófilo puro!

Para não dizer que tudo em Madero é chato, a visita à fragata Sarmiento foi bem legal e prendeu muito a nossa atenção, principalmente quando entramos na casa de máquinas e quase perdemos os chifres naquelas portas apertadas e metálicas.

Como havíamos descido do ônibus pouco antes e já havíamos almoçado no gostoso Il Gran Caruso, resolvemos caminhar até o hotel e curtir os prédios antigos e os jardins bem cuidados.

Várias fotos depois, chegamos ao hotel, tiramos os sapatos dos nossos pés cansados e nos enfiamos na banheira para relaxar.

Só saímos do banho na hora de jantar e não poderíamos ter feito melhor escolha: fomos até Palermo e jantamos no sensacional Bella Itália. Foi mais uma aula de enologia e culinária na cada vez mais surpreendente e agradável capital dos argentinos.

Voltamos para o hotel mais do que saciados e cada vez mais certos de que abrir mão de Paris (e da dívida que ela significaria) havia sido mais um dos acertos da nossa vida a dois.
Dormimos como anjos.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Para vencer preconceitos

Passar a lua de mel na capital dos argentinos tem muito significado para a vida deste pobre escriba.
Primeiro por que nasci no Chile e moro no Brasil, o que me dá uma dupla tendência a não ir muito com as fuças de quem vem da região entre os Andes e o Rio da Prata.
Depois por que lua de mel deve ser uma vez só e tudo precisava sair bem logo de cara.

Foi mais ou menos com esse espírito que acordamos às 5 da manhã e pegamos o mesmo táxi que havia nos trazido de Congonhas no dia anterior. Achamos melhor combinar assim para não correr o risco de lidar com um atraso.
Acabamos chegando quase 3 horas antes do vôo, mas demos um jeito de preencher o tempo e tomamos o vôo JJ8000 da TAM rumo a Buenos Aires. Com o atraso de sempre e com quase nenhuma turbulência, chegamos à capital portenha.

Logo de cara começamos a lidar com a idéia da confusão típica de viagens ao exterior já que os carregadores de mala do aeroporto estavam de greve, mas não demoramos muito mais do que o normal para pegar nossas malas, passar pela imigração e encontrar o rapaz da CVC que viria nos buscar.
Poucos minutos depois de identificarmos o rapaz (uma plaquinha amarela da CVC ajudou bastante) já estávamos a caminho de Buenos Aires e do nosso hotel, base de operações para a aventura portenha.

Eu já conhecia o Claridge de outros carnavais (três dias de trabalho em 97) e encontrá-lo novamente foi bem nostálgico, principalmente por que tudo parecia exatamente igual.
Do estilo inglês da arquitetura aos uniformes impecáveis dos funcionários era tudo como eu (mais ou menos) me lembrava, o que era garantia de conforto e segurança quando quiséssemos descansar a carcaça.

Como já passava da hora do almoço, deixamos as coisas no hotel e fomos atrás de um lugar que eu também havia conhecido em 97 e que havia me proporcionado momentos muito bons de êxtase gastronômico.
O La Estancia ainda estava no mesmo lugar, ali na La Valle quase esquina com a Nueve de Julio, o que nos permitiu uma caminhada leve antes de partir para a engorda.
Mais uma vez estava tudo como eu havia deixado e quase não conseguimos voltar para o hotel de tanto que comemos e bebemos. Foi uma ótima introdução aos prazeres da culinária porteña.
E foi nesse mesmo templo de adoração ao entupimento de coronárias que tivemos nossa primeira experiência com a solidariedade dos viajantes: um casal de gaúchos estava sentado atrás de nós no restaurante e, depois de uma conversa cordial à espera das respectivas contas, nos deu a dica do show de tango do tradicional Café Tortoni.

O tal Tortoni tinha fama de ser o café preferido de Borges e de Gardel e havia algumas mesas reservadas apenas para esse tipo de cliente ilustre.
Como não somos tão ilustres, saímos da Estancia e percorremos a Nueve de Julio a pé, até chegarmos às Calle de Mayo, onde ficava o Tortoni.
Infelizmente não conseguimos ingressos para o show das 20:30hs, mas comemoramos muito nossa garantia para assistir o show das 22:00hs. Afinal de contas, era nosso primeiro dia na cidade e não queríamos desperdiçar nenhuma chance de conhecer coisas legais e típicas da terra.

Do Tortoni, fomos até a Plaza de Mayo e visitamos a Catedral Metropolitana. Apreciamos a beleza do lugar, fizemos algumas orações, registramos um pedido pela Fernanda e sua cruzada pela maternidade e voltamos para o hotel caminhando pela San Martin até a Tucumán. Isso nos permitiu fazer a digestão como se deve e relaxar gostoso na cama macia do Claridge.

O show do Tortoni era o completo oposto daquele que havíamos comprado (Esquina Carlos Gardel) e do emocional e turístico Señor Tango. Isso se refletia no preço (25 pesos por pessoa) e na capacidade da sala de shows: acho que não cabiam mais do que 50 pessoas na sala apertada e sujeita a prejuízos para quem tivesse o azar de se sentar atrás de algum Harlem Globetrotter.
Mesmo assim, gostamos muito do malabarismo do casal de dançarinos, da simulação de malandragem que o grupo passava e da sensação de estarmos fazendo um programa mais apreciado pelos locais do que pela massa de turistas, principalmente depois de darmos uma canjinha em "Por una cabeza", cortesia dos cantores que desceram do palco e incentivaram o público a cantar tangos de grande sucesso.

Voltamos para o hotel de alma lavada e de estômago cheio.

No dia seguinte seria a vez do city tour e do primeiro contato com o mítico La Bombonera.

segunda-feira, janeiro 17, 2005

Vai demorar

Depois de voltar de Penedo e de me despedir da minha mineira acabei passeando um pouco mais pelo Sul do país. Fui rever alguns amigos queridos e conhecer uns lugares desejados, mas como não estava com ela, não vou contar as estórias aqui.

Prefiro guardar minha energia para a próxima grande viagem.
Esta sim vai pôr a prova toda a minha experiência estradeira e minha habilidade em resolver situações complicadas. Na próxima vou ter que mostrar por que estou aqui.
Afinal de contas, lidar com um casamento é coisa para poucos e bons.
Depois conto mais detalhes.

Até mais ver.

domingo, janeiro 16, 2005

Dados técnicos

Alguns registros da viagem para quem tiver a intenção de aproveitar o roteiro inteiro ou parte dele:

Trecho 1: São Paulo/SP a Tiradentes/MG
490 km em 6:22hs
Duas paradas: posto entre Itapeva/MG e Camanducaia/MG (10 min) e restaurante Rei da Traíra perto de Três Corações/MG (55 min)

Trecho 2: Tiradentes/MG a Congonhas do Campo/MG
122 km em 2:26hs
Duas paradas: Lagoa Dourada/MG (15 min) e restaurante Café com Prosa na estrada entre Lagoa Dourada/MG e Congonhas do Campo/MG (30 min)

Trecho 3: Congonhas do Campo/MG a Mariana/MG
69 km em 1:15hs
Nenhuma parada

Trecho 4: Ouro Preto/MG a Caxambu/MG
356km em 6:48hs
Duas paradas: restaurante Charm Country logo depois de São Braz do Sauçus, sentido São João del Rey (35 min) e Tiradentes/MG (34 min)

Trecho 5: Caxambu/MG a Penedo/RJ
126 km em 2:25hs
Uma parada: estrada entre Caxambu/MG e Engenheiro Passos/RJ (15 min)

Trecho 6: Penedo/RJ a São Paulo/SP
270 km em 2:45hs
Nenhuma parada

A primeira volta

Nosso último dia de férias começou com um calor que era incompatível com a imagem alpina que tínhamos de Penedo.
Só o trajeto até a sala do café da manhã já serviu para torrar nossas cabeças e nos obrigar a tomar um segundo banho matinal.

A idéia era sair do hotel, abastecer o carro e chegar mais ou menos na hora do almoço à minha querida Sampa.
Antes de sair, um registro bem legal do pórtico de entrada da cidade.
Provavelmente demoraríamos muito para voltar àquelas bandas, por isso quisemos deixar tudo bem documentado.


Dando adeus a Penedo Posted by Hello

Tudo correu muito bem durante a viagem e surpreendentemente a minha mineira não dormiu.
Chegamos a Sampa, abastecemos novamente e fizemos os registros finais da viagem.

Comparada com a aventura bahiana, este passeio pela história de Minas foi bem tranquilo e não nos rendeu um terço do stress nordestino.

A próxima aventura deve demorar um pouquinho.
Talvez só em Setembro, já com um outro estado civil, mas aí dificilmente meu bólido irá nos acompanhar.
Mas aí já é outra estória.
Até mais ver!


O tamanho da brincadeira Posted by Hello


Quase um abstêmio Posted by Hello


Devagarinho, devagarinho Posted by Hello

sábado, janeiro 15, 2005

Nas terras de Noel

O último dia de Caxambu foi tranquilo como os demais.
Depois do mega café da manhã, arrumamos as coisas e nos preparamos para ir embora.
Demoramos um pouco por que tive que buscar o carro em um lugar próximo já que o Grande Hotel não tem estacionamento. Coisa normal para um hotel antigo como aquele, imagino.

Antes de ir, um registro da alta tecnologia de telefonia disponível no lugar.
Registro feito, partimos em direção ao Sul.


A tecnologia avançada Posted by Hello

Dois dias antes, havíamos decidido não voltar para casa e nem ir para Visconde de Mauá. Não tínhamos vontade de voltar às nossas vidas e nem queríamos colocar o carro naquela estrada miserável entre Mauá e Penedo, por isso decidimos uma opção alternativa: desceríamos no sentido da Dutra e visitaríamos Penedo, logo ali pertinho da rodovia.
Como essa intenção na cabeça saímos de Caxambu e não pegamos a estrada mais curta em direção a Sampa.

Na serrinha que desemboca em Engenheiro Passos demos de cara como uma casa de sonhos, bem na beira da estrada.
Ela ficava em uma curvinha mágica, cercada de hortênsias por todos os lados e com uma pequena cachoeira no lado direito.
Parecia coisa de desenho da Heidi, mas era verdade. Ficamos imaginando que tipo de pessoa constrói aquela tipo de paraíso. Mesmo sem ter a menor idéia da resposta, ficamos com a imagem de um novo objetivo na vida: construir nossa própria Casa das Hortênsias.


A casa das hortênsias Posted by Hello


Muito prazer, Hortênsia! Posted by Hello

Chegamos a Penedo no começo da tarde e já fomos procurar um lugar para ficar.
Como de praxe, pegamos o guia e saímos ligando para um monte de lugares. Visitamos alguns deles e acabamos ficando com o primeiro que nos agradou no preço e nas instalações, hotel Mirante de Penedo. Mais tarde acabaríamos nos arrependendo, mas daqui a pouco falo disso.


Hotel Mirante de Penedo Posted by Hello

Largadas as malas, fomos matar a fome em um lugar bastante gostoso chamado Rei das Trutas.
Como havíamos jantado truta na noite anterior (e comemos mais peixe do que o recomendado), resolvemos experimentar um abadejo bem servido.
Não nos arrependemos de nada já que o prato estava delicioso e muito bem preparado.


O Rei das Trutas Posted by Hello

Na volta para o centrinho, demos de cara com o outro candidato a nos hospedar, o Hotel Britannia, e tivemos a certeza que havíamos feito um mau negócio.
Como não havia jeito de voltar atrás, nos resignamos com nossa falta de paciência e decidimos curtir o que aquela cidadezinha cheia de cariocas tinha para nos oferecer.


Hotel Britannia Posted by Hello

Apesar de ser um cidade tradicional de férias de inverno, o calor em Penedo estava muito forte o que nos fez mudar de idéia e voltar para o hotel antes de sair tostando na cidade.

Algumas pestanas depois, com o sol bem mais camarada, voltamos à cidade e logo largamos o carro para poder curtir o movimento das ruas.
Paramos para tomar um mega sorvete, andamos por vários quarteirões, visitamos o Shopping dos duendes e acabamos ficando bastante tempo na Pequena Finlândia.

Meio que por acaso descobrimos a Casa do Papai Noel, que infelizmente estava fechada mas ainda assim nos permitiu algumas fotos para a posteridade.


A casa do Papai Noel Posted by Hello

A tal pequena Finlândia é um lugar muito agradável, um shopping a céu aberto com todas as casinhas lembrando a arquitetura dos imigrantes finlandeses, muito numerosos nas priscas eras do lugar.
Como ninguém é de ferro e o sol já estava de partida, decidimos tomar algumas em um bar logo ali na entradinha da Finlandinha.


A pequena Finlândia Posted by Hello

Foram várias brejas, um monte de batatas fritas e muito papo sobre a vida.
Já meio altinhos, voltamos para o hotel com a idéia de tomar um banho, descansar e voltar para a cidade para jantar.
Felizmente para nossos bolsos o cansaço falou mais alto e acabamos ficando mesmo no hotel.
Não sei se era a cerveja ou a batata, mas deu para garantir um sono sem fome e muito tranquilo.