
Assim fizemos por muitas lojas na Florida até que fomos parar na belíssima Galeria Pacífico.
Felizmente para o meu bolso, o lugar era muito mais para ver do que para comprar e conseguimos sair de lá sem nenhuma lesão às nossas finanças.

Acabamos visitando quatro delas, dos dois lados da Nueve de Julio e nos decidimos por uma que ficava na rua Córdoba.
Para nossa suprema sorte e alívio, eles entregavam as compras no hotel, o que nos deu toda a liberdade para continuar caminhando e olhando vitrines.
As pernas já estavam doendo mais do que o recomendável e o estômado nas costas era sinal mais do que evidente de que deveríamos abortar nossa missão de gastança e focar energias na reposição dos nutrientes.

O lugar estava lotado de brazucaso que tirou o ar de novidade da nossa escolha, mas confirmou a atratividade do menu e dos preços.
Acabamos sendo atendidos por um simpático garçon que nos falou das suas mais de 20 viagens de veraneio ao Brasil e listou apenas uma pequena parte dos lugares que ele conhecia no Patropi.
Quando ele começou a esnobar e a citar lugares que eu nem sonhava em chegar perto, achamos melhor ocupá-lo com os nossos pedidos e terminar a humilhação.
Antes de ir embora satisfeitos, uma última graça do nosso amigo viajante: ele nos fez trançar os talheres para tirar uma foto "típica".
Meio "micado", mas simpático.
Como era dia do show de tango, corremos na chuva para chegar logo ao hotel e largar os corpos na cama.
Antes, porém, uma paradinha na Musimundo para comprar alguns exemplares de música local e manter a tradição de não perder a oportunidade de executar a exploração cultural nos lugares onde passeamos.
Acabei comprando um Fabulosos Cadillacs ao vivo, um Callejeros e um Bersuit. Nada para as multidões brasileiras, mas muito apropriados para a minha peculiar coleção.

É certo que seria meio arriscado levar 500 pessoas para um muquifo qualquer na Boca, onde as meninas cobrariam 10 pesos para dançar e outros 10 para levar os turistas a conhecer outro belo produto daquelas bandas. Algo bem mais carnal, se é que me entendem.
Bom, como não havia remédio, remediado estava.
O Esquina Carlos Gardel ficava no tradicional bairro do Abesto, onde o próprio Gardel perambulava e colecionava inspirações para os seus tangos.
Fiquei imaginando sobre qual amigo teria servido de inspiração para o meu amado "Por una cabeza", mas na falta de impulso explorador e no excesso de fome, acabei me concentrando na comida e na bebida que eram servidas em profusão.
Pontos altos da noite: o show espetacular, o serviço atencioso e preocupado e a estrutura do lugar, que apesar de cheio e meio apertado, não deixou ninguém se sentir desconfortável.
Pontos baixos: a pouca autenticidade do espetáculo e os comentários de brazucas que achavam o tango parecido com a valsa.
A noite de tango terminou novamente como várias das anteriores: amor no quarto do hotel e dores variadas das pernas até as orelhas.
O dia seguinte, o penúltimo na capital dos argentinos, seria dedicado à correria para ver os pontos turísticos que ainda faltavam na nossa programação de férias.
Ai de nossos membros inferiores!
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