domingo, setembro 11, 2005

Hasta luego, porteños

O dia de ir embora de algum lugar não costuma ser dos mais felizes, mas no nosso caso foi um pouquinho diferente.
Já estávamos meio cansados de tanto andar e com uma bruta saudade do nosso castelo.
Pensávamos que a lua de mel era legal também por que tinha data para acabar e foi mais ou menos com esse espírito que acordamos doentes pela comilança do dia anterior e começamos a fazer as nossas malas.

A van veio nos buscar um pouco depois do horário combinado, mas já havíamos sido avisados disso, o que apazigou nossos espíritos ávidos por respirar novamente o ar poluído da Paulicéia.

Infelizmente, o trajeto de volta foi bem mais demorado do que o da ida.
Novamente éramos o primeiro casal da fila, mas quando se trata de ir até o aeroporto, isso não constitui exatamente uma vantagem.
Com paciência e bom humor aguentamos bem o trajeto e chegamos tranquilos ao aeroporto, bem a tempo de pegar uma fila de umas 100 pessoas igualmente ansiosas para voltar ao Patropi.
Como não havia outra coisa a fazer, ficamos na fila, pagamos as taxas de embarque em cash (eles não aceitam cartões de crédito), comemos um sanduba, solicitamos o reembolso das taxas para turistas e ficamos como bobos tentando achar o portão certo, já que eles não se preocuparam muito em divulgar a informação do reposicionamento da aeronave, que por sinal estava com cerca de duas horas de atraso.

Aqui vale um registro importante: durante as compras, seguimos a indicação do nosso guia e visamos as lojas que possuíssem o sistema Tax Free. Na prática isso significa que você compra alguma coisa, preenche um formulário, entrega esse formulário no aeroporto e tem o direito de receber de volta uma porcentagem da sua compra por não ser residente no país.
Eu acho até interessante essa idéia, mas não recomendo fazer o que nós fizemos: achando que estávamos na Europa (onde isso funciona de verdade), pedimos o reembolso no cartão de crédito e perdemos a oportunidade de já receber o benefício em cash.
Como a besteira já estava feita, só no restava esperar e torcer para que o fato de ser uma filial terceiro-mundista não prejudique a qualidade do trabalho da Mastercard.

Depois de mudar duas vezes de portão de embarque, saímos de Buenos Aires com um monte de sentimentos e vontades: saudade de casa, lembranças dos jantares maravilhosos e vontade de voltar.
Só Ele sabe quando isso vai acontecer, mas acho que a gente pode dar uma força.

Na chegada ao Brasil, a tia da minha mineira estava nos esperando com um certo bico devido ao atraso.
Como não estávamos mesmo com pressa, gastamos uns 15 minutos até que ela se lembrasse onde havia estacionado o carro lá em Guarulhos. Ainda bem que não estávamos em Chicago ou Nova Iorque.

Para terminar, resolvi fazer uma lista de impressões que ficaram da minha lua de mel e da nossa segunda experiência internacional.
Espero que elas sirvam para alguém meio indeciso sobre a capital dos portenhos:
- o hotel Claridge envelheceu bastante, mas ainda é bom e merece consideração;
- aqui também vigora a tradição de não cobrar ligações telefônicas feitas na manhã do check out;
- as argentinas são muito bonitas e estão sempre bem arrumadas, mas a esmagadora maioria delas costuma deixar a bunda em casa quando saem para trabalhar ou passear;
- o estilo "capacete" impera nas cabeças dos portenhos; barbeiro aqui deve morrer de fome;
- e finalmente: Buenos Aires é o máximo, apesar da assustadora quantidade de argentinos perambulando de um lado para o outro;

Ainda não dá para saber quando saíremos de casa de novo e quando voltarei a registrar algo por aqui, mas segue a vontade de documentar tudo, mesmo que só para refrescar as minhas meio combalidas memórias.

Aloha!

Um comentário:

E. Weight disse...

Comentário originalmente postado por mim às 23:22:20 do dia 01/02/06:

Só para confirmar as suspeitas: até hoje não temos registro do reembolso do imposto no nosso cartão de crédito! Quem manda confiar nas instituições!