quarta-feira, janeiro 12, 2005

Ouro Preto para iniciantes

A programação do dia incluía nossa primeira visita à vizinha Ouro Preto, mas confesso que a manhã chuvosa nos desanimou bastante. Deu até vontade de ficar em Mariana, mas como já não tínhamos mais coisas a fazer na cidade, nos enchemos de coragem e encaramos a estrada.

Meio que desavisados, pegamos o primeiro acesso para a cidade e acabamos indo por dentro da cidade, o que nos atrasou um pouco. O engraçado do trecho foram os pedaços onde só passava um carro e onde haviam semáforos para impedir os carros de se pegarem no tapa. Acho que o morro onde foi construída a cidade não permite muitas invenções de engenheiros, por isso o semáforo acabou sendo a melhor saída.

O tal caminho estreito nos levou direto para a Praça Tiradentes onde largamos o carro sem perder muito tempo. Fomos abordados pelo tradicional flanelinha e também não perdemos muito tempo com negociações. Aceitamos o serviço e saímos andando.
Paramos para pegar algumas informações e mapas em um posto de turismo e acabamos escolhendo a Igreja de São Francisco de Assis como nossa primeira parada.


Igreja de São Francisco de Assis Posted by Hello

Já estávamos começando a nos acostumar com a rotina de contratar um guia, receber toneladas de informação, ficar boquiabertos com as obras e pagar uma tax simbólica na saída, mesmo assim, acabamos gostando bastante dessa igreja bem conservada e colorida por dentro.
Ficamos um bom tempo nela e nem notamos que o tempo começava a fechar e que a chuva cairia gelada e chata.


Fachada da Igreja de São Francisco de Assis Posted by Hello

Como estávamos ao lado, corremos para pegar uma das igrejas das Mercês aberta - são duas, com nomes muito parecidos - mas não fomos muito felizes. Pegamos o horário de almoço do povo e só conseguimos fotografar a fachada.


Igreja De Nossa Senhora das Mercês e Misericórdia Posted by Hello

Das Mercês 1 caminhamos até a Igreja da Conceição onde estão enterrados Aleijadinho e seu pai português, outro arquiteto e artista muito famoso na época do barroco.
No caminho, algumas fotinhos interessantes e uma ladeira monstruosa. Até indicações (erradas) nós demos para um casal de franceses que queria encontrar a Igreja do Carmo. Foi sem querer, mas foi um erro.


Fontezinha vintage Posted by Hello


Outra visão da Igreja de São Francisco de Assis Posted by Hello

Na Conceição visitamos o Museu Aleijadinho - depois de deixarmos todos os pertences incluindo máquinas fotográficas - e vimos coisas bem diferentes dos púlpitos e estátuas de pedra-sabão com os quais já estávamos acostumados.
Um passeio rápido pelos túmulos, uma oraçãozinha básica, a tradicional foto da fachada da igreja e lá fomos nos enfrentar a ladeira de volta.


Matriz de Nossa Senhora da Conceição Posted by Hello

Na volta, a chuva não quis nos esperar e nos pegou quase em frente à Igreja de São Francisco. Acabou sendo bom por que a ladeira já havia terminado e conseguimos nos refugiar na feirinha de artefatos de pedra sabão.
Ficamos lá uns 15 minutos até que a água deu uma trégua e conseguimos correr até o posto de informações turísticas na Praça Tiradentes.


A estátua do dono da praça Posted by Hello

No posto foram mais uns 10 minutos esperando a chuva acalmar e decidindo onde íamos almoçar, afinal de contas já eram mais de duas horas da tarde e nossas barrigas roncavam em alto e bom som.
Decidimos por um restaurante italiano ali perto, mas com a chuva acabamos tendo que pegar o carro para chegar até lá. Nos perdemos um monte e quando chegamos o diabo do lugar estava fechado.
Nova reunião de cúpula e acabamos dando de cara com o restaurante O Profeta, com suas réplicas de obras do Aleijadinho e sua comida passável. Ainda tivemos que aturar o mau conselho do garçom e pedimos comida para quatro, o que nos deixou com peso na consciência pelo desperdício.
Morta a fome, saímos caminhando e fomos conhecer o Museu da Inconfidência.
Antes de entrar, uma foto do homenageado da praça e uma corridinha básica para fugir da chuva que tinha voltado.


Museu da Inconfidência Posted by Hello

Só depois que entramos no museu é que fomos descobrir que ele era um dos mais visitados do país, juntamente com o Museu do Ipiranga de São Paulo e o Museu Imperial de Petrópolis. Aliás, falando em Petrópolis, se não fossem as coisas relativas a Tiradentes, eu diria que os estilos dos museus eram bem parecidos.
Apesar de não ter lido nada sobre isso, ficou a impressão de que o lugar havia sido uma prisão nos tempos da Inconfidência.
Infelizmente não conseguimos tirar nenhuma foto devido à proibição da segurança.

Já estávamos no final da tarde e tínhamos pouco tempo para visitar qualquer outra atração da cidade.
Apesar de estarmos ao lado da Igreja do Carmo, decidimos conhecer a Matriz do Pilar e todo o acervo de relíquias douradas e valiosas.
Chegamos rapidinho, estacionamos atrás da igreja e também tivemos que guardar câmeras, bolsas e garrafas de água.
A idéia é sempre prevenir vandalismos e por isso não reclamamos nenhuma vez.


Matriz de Nossa Senhora do Pilar Posted by Hello

Lá na Matriz contamos mais uma vez com um guia que nos contou detalhes da construção e da arte que podíamos apreciar. Vimos também o museu no subsolo e ficamos maravilhados com uma cômoda de mais de seis metros de comprimento cujo tampo foi feito com ripas únicas de madeira de lei.
Apesar de politicamente incorreto, deu para ter uma idéia do tamanho da árvore que gerou aquelas ripas. Coisa que infelizmente não existe mais.

Uma corridinha na chuva para ver algumas jóias, tirar algumas fotos e voltar para o carro e lá fomos nós de volta para o Centro.
No caminho passamos em frente à velha estação de trem e às igrejas de Nossa Senhora das Mercês e Perdões e de São Francisco de Paula.
Como a chuva já estava caindo com mais força, nem ensaiamos uma visita e decidimos voltar para Mariana.


O metrô local Posted by Hello


Igreja de Nossa Senhora das Mercês e Perdões Posted by Hello

À noite, depois de um sono restaurador, fomos jantar novamente no Bistrô, que àquela altura já era nossa base de operações noturnas, e de lá para a cama.
A idéia para o dia seguinte era começar a voltar para casa e isso talvez incluísse uma nova passada em Ouro Preto. Mas a decisão dependeria do nosso despertar.