terça-feira, agosto 24, 2004

Finalmente a Bahia

Foi dureza acordar cedo no nosso primeiro dia na Bahia, mas a vontade de ver as baleias de perto era bem maior que o sono e não demorou muito para que estivéssemos sentados à mesa do café tentando repor o vácuo nos nossos estômagos.
Sinceramente, eu estava meio com medo da reação das minhas tripas ao longo passeio de barco que tínhamos pela frente.
O número de estórias de enjôos e showa de horror era muito grande para ser ignorado.
Com essas caraminholas na cabeça, acabei comendo pouco e caprichando mais nos líquidos para o vexame ser menor.


Pousada Farol Abrolhos Posted by Hello

Infelizmente para nossas fomes, a melhor coisa do café da hotel era a vista do rio Caravelas.
Mas como não estávamos lá para comer, aceitamos a situação e seguimos para a agência de viagens que organizaria o passeio.


O rio Caravelas Posted by Hello

Como já era de se esperar em uma viagem à Bahia, o horário marcado para o passeio não foi cumprido e tivemos que esperar um monte até que todos os passageiros aparecessem. Havia gente de todo tipo, de uma família alemã com meninas lindas de morrer até uma dupla de senhoras espanholas que achou o máximo a Costa do Descobrimento.
O barco era um catamarã bem grande para meus padrões, mas éramos poucos passageiros e o conforto não foi sacrificado em nenhum momento.
Durante quase 1 hora e meia a gente se alternou entre as espreguiçadeiras da parte de cima e os bancos da parte de baixo. O trajeto é meio chato, mas a expectativa pela visão das baleias fazia o tempo passar bem mais rápido.

A primeira visão do Arquipélago de Abrolhos é um pouco decepcionante: as ilhas surjem no horizonte e não parecem grande coisa. Nem mesmo a aproximação lenta do barco resolve muito esse problema.
Só mesmo quando passamos bem ao lado das duas ilhas principais é que a gente consegue ver as colônias de aves que moram por lá.


Abrolhos Posted by Hello

O mais famoso habitante das ilhas é o Atobá. Famoso e numeroso já que é preciso tomar muito cuidado para não se aproximar demais dos ninhos e acabar sendo bicado por um daqueles bicos enormes.


Ninhos de atobás Posted by Hello

Depois de um passeio rápido na única ilha aberta à visitação de turistas (e cujo nome eu não me lembro), nós fomos para uma baía da ilha da Marinha e fizemos um divertido mergulho com snorkel.
Demoramos um monte para nos acostumarmos com a máscara e com o tubo, mas depois de uns minutos ja estávamos dominando a técnica e curtindo um monte de peixes e corais.
Quer dizer, tentando, já que a minha miopia não me permitia distinguir tanta coisa no meio daquele ambiente não tão iluminado.
A minha mineira não queria mais sair da água, mas a fome acabou convencendo-a a voltar para o barco e repor as energias com a refeição leve preparada pelos marinheiros.
Quando digo que a refeição era leve estou sendo bastante otimista já que o que tínhamos para comer eram alguns sanduíches com frios, bolachas e docinhos.
Como não estávamos lá para comer bem, nos deliciamos com cada bolacha de água e sal que estava disponível.

A viagem de volta não foi muito diferente da ida: um marzão sem fim, um monte de gente tentando não se queimar durante o bronzeamento e uma expectativa enorme para ver mais baleias.
O máximo que havíamos visto na ida eram jatos de água e caudas e todos queriam mais.
Talvez fosse esperar demais, mas todos queriam ver os saltos e piruetas que apareciam na TV. Infelizmente, o sentimento de frustração estava começando a dominar a todos e já não era absurdo pensar que o passeio havia acabado ali, na saída de Abrolhos.
Se fosse assim, não teria valido a pena já que poderíamos ter feito exatamente as mesmas coisas sem precisar navegar durante uma hora e meia.

O frisson foi geral quando alguém gritou e apontou para algum lugar no horizonte: haviam sinais de saltos e de água espirrando para todo lado. Mais do que depressa fomos naquela direção e, para nossa alegria, a Jubarte não se fez de rogada e continuou a pular por mais uns 10 minutos depois que a alcançamos.
Era impressionante ver um bicho daquele tamanho fazendo aquelas coisas. Nem dava tempo para fotografar e segurar o queixo ao mesmo tempo.
Aquilo era tudo o que a gente queria ter visto desde o início e finalmente havíamos conseguido.


A própria estrela Posted by Hello

Depois dos saltos, encontramos uma mãe se exibindo ao lado do filhote e mais alguns bichinhos exibindo caudas e barbatanas.
O último que vimos pareceu nos acenar em despedida e ajudar a deixar o sorriso estampado em nossos rostos durante muito tempo.


O tchauzinho da Jubarte Posted by Hello

Só para fechar o passeio com chave de ouro, o Astro Rei resolveu dar um último show e nos presentear com uma saída espetacular.
Era o fim de um dia cheio de surpresas e de sonhos realizados.


O Rei indo embora da Bahia Posted by Hello

Voltamos para Caravelas por volta das 18:30 o que nos impediu de seguir viagem para Porto Seguro. Decidimos ir até Prado que ficava a poucos quilômetros dali e ficar em uma pousada recomendada pela minha cunhada.
O Praia Hotel Amendoeiras era mais simples e antigo do que eu pensava, mas estava perfeito para a nossa necessidade de banho e repouso.

Depois de satisfazer as necessidades higiênicas, partimos para as biológicas e tivemos a última surpresa agradável do dia: o restaurante Tarrafas.
O peixe que comemos lá era divino e a gentileza do atendimento compensou até a falta de gelo da cerveja.
Voltamos para casa muito felizes e cheios de vontade de continuar as aventuras bahianas.