sábado, agosto 21, 2004

O primeiro passo

A aventura nordestina começou em um destino bem pouco glamouroso: a Rodoviária Tietê.
Tive que estar lá antes das 06 da matina para esperar a minha mineira que chegou cheia de disposição e com uma surpresa muito agradável: um cabelo bem curtinho, quase "joãozinho".
Desconfio que ela fez isso de propósito, só por que eu caio de quatro pela Mariana Godoy e acho lindo moças com cabelos bem aparadinhos na nuca.


Mariana Godoy Posted by Hello

Não rodamos muito até que parássemos pela primeira vez. Na verdade, mal saímos da Marginal Tietê (e do seu surpreendentemente belo nascer do sol) e já paramos no último posto da Ayrton Senna antes do pedágio.
A necessidade de rabanadas era maior do que a vontade de viajar, portanto, lá fomos nós gastar uns 40 minutos tomando café e vendo o basquete olímpico na TV.
Umas 15 rabanadas depois, pegamos a estrada novamente e seguimos rumo à imperial Petrópolis.


Nascer do sol na Marginal Posted by Hello

Acho que aqui vale um parêntese: eu nunca fui especialmente apaixonado pela cidade dos Pedros, mas achei que valia a pena dar uma parada em um lugar que fosse mais ou menos no meio do caminho entre Sampa e Vila Velha. Como ainda não tive coragem de entrar no Rio dirigindo, acabei escolhendo o destino que me pareceu mais tranquilo.

A nossa segunda parada acabou sendo completamente inesperada: a minha mineira não se lembrava da proximidade entre a Catedral de Nossa Senhora Aparecida e a Dutra e não precisou muito para me fazer entender que deveríamos parar.
Ela não me pediu textualmente, mas aqueles olhinho grandes e meio chorosos como os dos desenhos japoneses acabaram minando qualquer argumento em contrário.


Catedral de Aparecida Posted by Hello

Com as orações em dia, seguimos a nossa bem pouco ordinária viagem.

Ao entrar na Campos do Jordão dos cariocas eu senti a falta de conhecer alguém que pudesse ter me orientado melhor: a cidade possui vários distritos e todos eles estão espalhados em uma grande fila que vai fazendo um zigue zague ao redor da estrada.
Quer dizer, para quem vem do Rio até que é mais fácil: basta pegar a entrada principal e seguir em frente! Mas para quem vem do outro lado, lá do distrito de Itatiaia, a coisa pega e a desorientação é total.
Fica a dica: ao escolher a pousada, certifique-se da localização do distrito e prepare-se para rodar muito.

Depois de duas horas rodando pela cidade, finalmente chegamos à Pousada Mata Atlântica, um lugar delicioso, cercado de árvores e com um silêncio assustador.


Pousada Mata Atlântica Posted by Hello

Para chegar até lá é preciso localizar um posto chamado Posto Bingen, que deve estar lá desde a morte do último dos Pedros.
À partir do postinho é bem fácil chegar até o lugar e encontrar a simpática e bela Roberta, que cuidará de tudo para fazer da sua estada uma verdadeira meditação em movimento.
A sala de leitura da pousada era um show à parte e a hera entrando por cima das portas de madeira e invadindo o salão de jantar nos deixaram maravilhados.


A hera e a sala de jantar Posted by Hello

Foi a mesma Roberta que nos deu um monte de dicas e que sugeriu que fôssemos até o Museu Imperial assistir ao espetáculo "Som e Luz", uma série de vídeos e luzes que eram projetados em uma fonte de água e que contavam a estória do Império.
A idéia nos pareceu muito boa, mas como ainda era cedo, resolvemos tirar um cochilo para repor as energias.
A tal fechada de olhos durou mais do que esperávamos: acordamos às 3 e meia de manhã, meio revoltados com o inicio das nossas férias, mas como não havia mais nada a fazer, viramos para o lado e continuamos a dormir.

Já que estava tudo danado mesmo, para que perder uma boa noite de sono em um lugar tranquilo e romântico?