quarta-feira, agosto 25, 2004

Mudando os planos

O amanhecer em Prado foi tranquilo e o café pobre.
Nos arriscamos em uma banana de preparação desconhecida e não fomos muito felizes. O resto estava razoável o suficiente para segurar nossa onda até a próxima parada.
Por falar em próxima parada, o roteiro da nossa viagem começou a ser mudado exatamente nesse dia.


Hotel Amendoeiras Posted by Hello

Como estávamos bem próximos de Porto Seguro, achamos melhor retirar a Costa do Descobrimento dos nossos planos e seguir direto para o norte da Bahia. Era uma forma de tentar ganhar tempo depois de termos dormido uma noite a mais no Sul da Bahia.
Pelo nosso planejamento inicial, o próximo destino seria Morro de São Paulo, mas acabamos concluindo que não daria tempo de pegar a lancha rápida para chegar até a ilha.
Nos restou Itacaré.
Não adiantava correr ou acabaríamos deixando metade da suspensão nas terras de ACM.
Sendo assim, relaxamos e fomos para a antiga vila de surfistas transformada em boom turístico.

Mais uma vez encontramos uma estrada esquisita, mas desta vez os buracos eram menos numerosos e menores. Depois do Rio Jequitinhonha dá a impressão de ter entrada em outro país: a estrada vira um tapete e os caminhões vão ficando para trás.
Deu até vontade de tentar chegar em Morro, mas já tínhamos colocado na cabeça que iríamos até Itacaré e não quisemos mudar de idéia.
Saímos da 101 na altura de Itabuna e seguimos à direita em direção à Costa do Cacau.
Infelizmente a estrada nos levou a passear um pouco dentro de Ilhéus, mas até que não nos perdemos muito até encontrar a estradinha para Itacaré. No trajeto acabamos vendo algumas paisagens que o Jorge Amado acabou transformando em personagens e ficamos imaginando por onde a Gabriela teria caminhado. Quando o devaneio chegou ao Turco Nassif, acelerei mais e deixei Ilhéus para trás.


Jorge Amado Posted by Hello

Mais uma vez encontramos uma estrada simples, mas muito bem conservada. Ficamos com a impressão de a qualidade do asfalto é diretamente proporcional ao interesse do governo (ou de quem quer que seja) na exploração turística e no retorno financeiro da região. Não deu para entender como eles não fazem isso com Porto Seguro, mas aí lembramos que estávamos no Brasil e tudo ficou mais claro.

Quase chegando a Itacaré avistamos a entrada para o Txai Resort. Foi por um tris, mas eu consegui salvar o nosso orçamento da tentação de gastar R$500,00 por noite neste paraíso hoteleiro. Quem sabe da próxima?

Já dentro da cidade, acabamos nos perdendo um pouco e demorando uns 20 minutos para chegar até a Pousada Papaterra.
Não conseguimos ver muita coisa das instalações, mas só o fato de estarmos em um lugar limpo e confortável já valia. Como aquele havia sido um dos dias mais tranquilos até então, resolvemos relaxar antes de dar uma volta pela cidade.
Dormimos como anjos, com direito a mosquiteiro na cama e um chuveiro que parecia de clube.

Quando a sede bateu, fomos dar umas voltas pela cidade.
Acabamos no bar restaurante Mar e Mel, bem pertinho da pousada, ali na praia da Concha. Como estávamos fora de temporada, o número de garçons era maior que o de clientes, mas ficou a impressão de que a estrutura do lugar deve facilitar a ferveção no alto verão.
Não curtimos os preços (altos) da comida e acabamos tomando só umas cervejas e saindo para explorar outros lugares.

Acabamos ao lado da igrejinha em um lugar muito charmoso chamado Dedo de Moça.
O lugar era um paraíso para decoradores e arquitetos. Cada pequeno detalhe parecia planejado para agradar o cliente enquanto ele espera a comida. As mesas, os pratos, as luminárias e até o chão estavam brilhando de novos.
Meus detalhes preferidos foram a estante com artesanatos diversos e a decoração da porta dos banheiros. Tudo muito temático, exótico e colorido.


O meu preferido Posted by Hello


O banheiro masculino Posted by Hello

O fato de sermos atendido por uma das donas, uma menina paulista que estudou gastronomia e decidiu fazer parte da empreitada com o pai (o financiador) e a irmã (a administradora). Com a ajuda dela, escolhemos uma moqueca feita com pouco dendê o que não comprometeria nosso sono.
Comemos, bebemos, rimos, tiramos fotos e saimos maravilhados. Bêbados, mas felizes.
Voltamos para a pousada e dormimos um sono gostoso e tranquilo.
No dia seguinte teríamos que encarar a travessia para Morro, mas ainda não sabíamos que esse seria o menos dos nossos problemas.