segunda-feira, setembro 18, 2006

Fiesta pátria

Sempre achei que o dia 18 de setembro era o dia da Independência, mas precisei estar no Chile nesse dia para descobrir que estive enganado durante toda a minha vida.
O que aconteceu nessa data foi a designação da primeira junta de governo em 1810, passo fundamental para a libertação final dos espanhóis, daí o nome do feriado ser Fiestas Pátrias e não Independencia.
A proclamação da Independência por Bernardo O´Higgins aconteceu em 12 de fevereiro de 1818.
Vivendo e aprendendo.

Também precisei estar por aqui durante as celebrações patrióticas para perceber que o Chile parece possuir dois mundos bastante diferenciados: o de Santiago (que se parece um pouco com o de muitas grandes cidades pelo mundo) e o do resto do país, seja interior, montanha ou litoral.
Esse "resto" parece tão interiorano (até mesmo nas cidades maiores) que a adaptação de qualquer estrangeiro ou forasteiro é bem mais difícil.
Só Santiago tem metrô e mesmo nas coisas banais como comprar pão ou usar o transporte público, as dificuldades fora da capital são maiores.

Depois de tantas descobertas essenciais para a minha vida, acho melhor contar que acordamos relativamente tarde e fomos dar um passeio pelos parques da cidade.
Começamos pelo Parque Ecuador que ficava ali pertinho do bairro universitário e curtimos bastante o movimento e as apresentações musicais ao ar livre na fonda oficial da cidade, uma espécie de mega-barraca com música, dança e comida.
O povo curtia bastante as celebrações e aproveitava para comer e beber tudo aquilo que eu imagino que não seja tão acessível durante a correria do dia a dia.


O Parque Ecuador e a festança


De lá, caminhamos pelo Centro e passamos pela bela Plaza Independencia, onde fica a Catedral Metropolitana e onde circula uma boa quantidade de gente todos os dias.
A Barros Arana, provavelmente a principal rua da cidade, passa em um dos lados da praça e isso aumenta a sua importância.


A Plaza Independencia



A Catedral Metropolitana



Mais Plaza Independencia


Estava ventando gelado e ficamos com fome, por isso resolvemos caminhar só um pouco e ir almoçar no Rincón Marino.
Infelizmente, apesar da comida gostosa, novamente o serviço deixou a desejar o que nos levou a pensar que isso seria uma rotina durante a viagem.


El Rincón Marino de Concepción


Já com a fome mortinha da silva, voltamos para a Plaza Independencia e compramos sorvetes de chirimoya, que é uma fruta parente da fruta-do-conde, não muito saborosa fresca, mas que funciona muito bem em sorvetes e geléias. Delícia!

Meu tio, irmão do meio do meu pai, chegou pouco depois de voltarmos para casa.
Ele não quis gastar muito tempo conversando e já nos colocou dentro do carro para passear pela cidade.
Minha sobrinha veio conosco, mas minha irmã e o pequerrucho preferiram descansar.

A primeira parada do tour foi a cidade de Chiguayante, uma antiga cidade dormitório para estudantes, hoje uma razoavelmente elegante área residencial.
Algumas fotos na praça principal e novamente no carro rumo à universidade, provavelmente o maior cartão postal de Concepción.

Eu já havia estado naquela universidade inúmeras vezes e até a Minha Mineira já a conhecia, mas confesso que não reclamei em ter que vê-la novamente.
Cresci ouvindo histórias dos meus pais naqueles prédios. Estudos, jogos, debates políticos, namoros, festas e bebedeiras. Tudo isso fez parte da história deles durante a etapa mas gostosa da vida e, por consequência e herança, também faz parte da minha.


Universidad de Concepción


Apesar de estarmos meio cansados com o movimento do dia, não tivemos oportundade de deitar já que meu tio nos levou direto para a casa dele.
Pouco depois meu primo foi buscar a minha irmã e meu sobrinho e ficamos todos ali, comendo, bebendo, rindo e compartilhando histórias do passado e do futuro.
Coisas de uma rotina familiar que eu nunca vivi por ter ido viver longe deles tantos anos antes.
Gostei muito da experiência.

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